A vida é
movimento, transformação, aprendizado. Não há manual de instruções; de fato, a
experiência subjetiva é única.
Muitas vezes,
precisamos nos ouvir. Se ouvir falando ajuda a organizar as ideias, soa
diferente. E às vezes precisamos repetir para nós mesmos uma série de coisas. A
vida é um diálogo constante. Desequilibramos, reequilibramos, ficamos confusos,
restabelecemos a ordem ou mudamos de pensamento. Jogamos fora o excesso e vamos
nos lapidando.
Nesse
emaranhado de sentimentos, ideias e atitudes, elaboramos uma história. A moral
dessa história tem a nossa marca. Construímos explicações para tudo, argumentos
até para o inexplicável. Emitimos juízos sobre a vida, mudamos nosso
autoconceito.
Porque
acertamos e erramos, e disso tudo tiramos conclusões, às vezes é preciso errar
até ter uma resposta, ainda que provisória. Mas se tudo fosse estático,
determinado, quadradinho demais, que graça haveria? Se tudo já estivesse dado,
fosse perfeito, mas não houvesse a busca, o vir a ser, talvez não houvesse
também o sentido. Então, apesar do cansaço que bate de vez em quando, alegro-me
por não ter nascido pronta. E me revigoro para tudo o que virá.