BEM VIND@!

Vamos falar de coisas da vida?
Vamos falar das coisas. E também da nossa vida.
Vamos trocar idéias! Aqui neste espaço virtual, nesse tempo incomum...
Singularidades.
Para ser cada vez mais si mesmo, estando cada vez mais inteiro no mundo e nas relações.
Pra mudar, para crescer, para transcender...




quarta-feira, 18 de dezembro de 2013

Vai, amigo.

 


 Meu bom e velho amigo, Bettoven (assim mesmo grafei o nome dele quando escolhi). Vai em paz. Aos 15 anos, ontem, já não engolia a água que tentávamos dar a ele numa seringa. Também não resistia travando os dentes, como nos dias anteriores. Be não conseguia mais ficar em pé. E hora acordado, hora dormindo, dava uns soquinhos, que para mim era dor.
   O que fazer diante de um velho amigo em seus últimos momentos? Procurei proporcionar o maior conforto possível, coloquei na caminha macia, cobri com um lençol para os mosquitos não o incomodarem. Ainda acarinhei meu cão.
   Forte que é, o Be demorou a se render. Foi difícil nas sessões de quimio, mas conseguimos terminar o tratamento. Depois de um tempo veio a infecção na boca, e pensávamos que ele não resistiria. Também tratamos, e mesmo com a dieta na forma de papa, estava lá ele, pulando em mim como um filhote.
Mas nos últimos dias não. Ele ficava encostado com o focinho na parede. Por vezes, se distraíamos, ele ficava encostado no portão, tomando chuva. Ia para seus cantinhos e ficava, parado, esperando. Talvez esperando a morte, que para um cachorrinho assim tão idoso e tão doente, é o maior dos alívios.
   Ontem relembrei bons momentos. Ele esteve comigo na minha adolescência, na juventude. Sempre me escutava durante essas fases. Ontem também conversei muito com ele, mas dessa vez não pedi que reagisse. Pedi que descansasse. Não há espaço para egoísmo diante de tamanho sofrimento. As vezes ele tentava se levantar, e me olhava. E ainda resistindo, gemia baixinho. Foi muito bom quando ele conseguiu dormir, e até roncou! Quando saí da casa dos meus pais ele ainda dormia.
   Hoje de manhã liguei para a minha mãe e ela me deu a notícia: o Bettoven descansou.
  Ontem foi dia de muitas lágrimas para mim. Hoje não. Apesar da dor da saudade e esse vazio... hoje é dia de paz.

terça-feira, 9 de abril de 2013

Redução da maioridade penal - a quem isso beneficia?

Em um mundo todo complexo, é tentador resolver as coisas de forma rápida, e à primeira vista, eficaz. Mas cuidado, pessoal, soluções simplistas podem agravar o problema em vez de resolvê-lo.
São tempo violentos esses. Nas últimas semanas, aqui em Machado, aconteceram vários e vários assaltos a mão armada. Ontem mesmo assaltaram novamente um posto de combustíveis, no momento em que pensávamos que com a quadrilha apreendida, estávamos todos a salvo. Engano o nosso. O crime continua.
Entre as pessoas que foram apreendidas, um menor, 17 anos. E me vejo novamente em meio à pessoas irritadas, clamando pela redução da maioridade penal para ontem.
Mas vamos pensar nas possíveis consequências... redução da maioridade penal para 16 anos, e as crianças no crime aos 15. Aos 14. Aos oito. Ahm? Vamos trancafiar nossas crianças, vamos privá-las de um presente digno, de um futuro digno, porque sabemos a realidade das prisões no país. Tudo isso por uma sensação falsa de justiça? Punir severamente resolve? Não, não resolve. Nossa realidade prisional é lamentável, infelizmente. E não acompanha o aumento da criminalidade. Não teríamos nem lugar para todos esses menores infratores.
 Então vamos tentar compreender o que faz estas crianças estarem no lugar errado, na hora errada, fazendo o que há de errado. Nós é que estamos errados. Nós?!
Conheça melhor cada uma em: http://migre.me/dWkTR
Nós, quando nos auto-referimos cidadãos de bem mas não repensamos as estruturas que mantém a desigualdade social, a miséria e a corrupção. Nós, quando não questionamos o nosso papel cidadão e nossa responsabilidade nisso tudo. Podemos até estar levando nossa vida honestamente, mas quando sabemos que nossa cidade tem crianças fora da escola, começando no tráfico como "aviãozinho" e não ficamos tocados e incomodados com a situação, achamos até normal, estamos colaborando para que a situação se perpetue. A violência não pode ser banalizada dessa forma.
O crime atrai nossas crianças porque elas não estão tendo modelos e oportunidades melhores. Então precisamos de  Instituições que cumpram seu papel, precisamos de escolas com projetos para essas crianças, adolescentes, famílias; precisamos de professores bem pagos e motivados. Precisamos de mais projetos culturais, de mais projetos que ensinem ofícios para nossos adolescentes. Precisamos de orgãos que efetivamente apoiem na reestruturação das famílias em situação de risco. Precisamos de orgãos de
proteção da criança e do adolescente que cumpram efetivamente seu papel, e para isso, precisamos que o dinheiro chegue onde tem que chegar! Crime maior é a corrupção, essa sim...
Mas reduzindo a maioridade penal, é à corrupção, maior mazela de nossa sociedade, que beneficiamos. Beneficiamos os corruptos e corruptores, sim! Paramos por um tempo de questionar, naturalizamos a desigualdade, a criminalidade e o fato de ela começar tão cedo. Beneficiamos a omissão... beneficiamos o comodismo. Beneficiamos a quem concorda com tudo isso.
Somos parte disso tudo, portanto, rejeitemos soluções enlatadas e perigosas. A criança e o adolescente em conflito com a lei são sintomas de uma sociedade disfuncional da qual somos parte, e por isso, somos convidados a refletir, e mais, agir. Também é problema nosso!

Mais? Acesse:
http://revistaepoca.globo.com/Sociedade/eliane-brum/noticia/2013/04/pela-ampliacao-da-maioridade-moral.html  Artigo muito bom da Eliane Brum que também trata do tema.

sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013

Voltei


Depois de meses organizando o casamento, cá estou. Com saudades de postar...
Meus sentimentos, minhas ideias sensatas e insensatas rs Minhas reflexões sobre assuntos subjetivos, sobre nosso contexto... sobre  tanto!
Mas hoje só vim contar um pouquinho desse meio tempo. Como estava dizendo, me casei. E está sendo muito bom viver assim :)
Também estou trabalhando há alguns meses nos dois abrigos da cidade. Conhecendo muitas histórias interessantes, muitas histórias intrigantes d+. Foi um mergulhão na psicologia social e em várias outras áreas da psicologia, que eu precisei dar. E tenho me aprofundado, mais e mais, porque o trabalho me solicita. E a ideologia me encoraja.
É complexo siiim! Difícil? Também. Mas entendo que a Psicologia toda é um grande amor. E assim sendo, é um desafio.
São questões éticas, profissionais, legais, teóricas... o tempo todo. Mas ao mesmo tempo, te envolve pessoalmente. E se eu não estiver implicada nisso tudo com a minha vida, não acontece. Seria muito dizer que é preciso amar para fazer esse trabalho bem feito?
As crianças e adolescentes destas Instituições tem me ensinado muita coisa em pouco tempo.
Não abandonei a clínica, que também me surpreende e me renova sempre.
E para 2013: tenho vários projetos. Continuarei com o atendimento voluntário na clínica; pretendo continuar nos abrigos se for possível; em março inicio minha disciplina no curso técnico em segurança do trabalho (EAD). Pretendo conhecer mais sobre a Psicologia. Conhecer mais pessoas... conhecer melhor ainda o meu esposo, Renato... E me conhecer muito mais!
Ah, e claro, sempre que for possível, atualizarei o blog.




quinta-feira, 26 de julho de 2012

Lapidar-se


A vida é movimento, transformação, aprendizado. Não há manual de instruções; de fato, a experiência subjetiva é única.
Muitas vezes, precisamos nos ouvir. Se ouvir falando ajuda a organizar as ideias, soa diferente. E às vezes precisamos repetir para nós mesmos uma série de coisas. A vida é um diálogo constante. Desequilibramos, reequilibramos, ficamos confusos, restabelecemos a ordem ou mudamos de pensamento. Jogamos fora o excesso e vamos nos lapidando.
Nesse emaranhado de sentimentos, ideias e atitudes, elaboramos uma história. A moral dessa história tem a nossa marca. Construímos explicações para tudo, argumentos até para o inexplicável. Emitimos juízos sobre a vida, mudamos nosso autoconceito.
Porque acertamos e erramos, e disso tudo tiramos conclusões, às vezes é preciso errar até ter uma resposta, ainda que provisória. Mas se tudo fosse estático, determinado, quadradinho demais, que graça haveria? Se tudo já estivesse dado, fosse perfeito, mas não houvesse a busca, o vir a ser, talvez não houvesse também o sentido. Então, apesar do cansaço que bate de vez em quando, alegro-me por não ter nascido pronta. E me revigoro para tudo o que virá.

sexta-feira, 25 de maio de 2012

Canalizando nossas energias


Muitas vezes nem percebemos o quanto estamos empregando nossa energia em coisas que nos aprisionam. Esgotamo-nos tanto por coisas tão pequenas! Uma ofensa, algo que não saiu como esperávamos... Ok, sofrimento é sofrimento, sempre. Mas geralmente são motivos que, se pararmos pra pensar um pouco, iremos perceber que não valem à pena. A razão pode nos ajudar a compreender a emoção e expressá-la de forma mais sadia.
Precisamos empregar nossa vitalidade pra superar os desafios, atingir nossos objetivos, nos recuperarmos dos baques. De que adianta direcionar todas suas forças pra cavar mais o buraco? Ou perder noites de sono com preocupações, mágoas, lágrimas. Isso pode levar ao adoecimento.
Elabore suas questões, sim, há um tempo pra tudo. Mas cuide-se, viva! Se não conseguir sozinho, peça ajuda. Pode ser necessário uma ajuda profissional pra perceber a força que se tem e conseguir utilizá-la.
Canalize suas energias pra “se” melhorar e pra melhorar o que está próximo de você. Energia que não é desperdiçada gera trabalho, mudança, traz felicidade, nos faz ir além.