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sexta-feira, 5 de agosto de 2011

+ Amor: Psicologia

  Como é difícil definir operacionalmente o amor na "ciência humana" Psicologia! Não podemos quantificá-lo precisamente, não podemos manipulá-lo ou reproduzi-lo em laboratórios. Mas sabemos que ele existe, na ciência, na filosofia e no senso comum.
 Enquanto psicóloga, entendo o amor como um sentimento, conjunto de sensações e emoções. É o estado psicológico de estar amando e/ou sentir-se amado. É  um componente importante da experiência humana, compreendido por cada pessoa a partir de suas próprias vivências e  também a partir da cultura, da rede de significações.

  Mais:

Sternberg (1986) criou teoria triangular do amor, na qual os relacionamentos são caracterizados por três elementos: intimidade, paixão e compromisso. De acordo com o autor, um relacionamento baseado em um único elemento tem menos chances de sobreviver do que um baseado em dois ou mais. Com a presença ou ausência de cada um dos elementos temos as combinações de sentimentos:
  • Amizade (intimidade)
  • Limerence (paixão)
  • Amor vazio (compromisso)
  • Amor romântico (intimidade + paixão)
  • Companheirismo amoroso (intimidade + compromisso)
  • Amor fugaz (paixão + compromisso)
  • Amor consumado (intimidade + paixão + compromisso)

Costa (1998) define o amor como uma crença que pode ser mantida, alterada, dispensada, melhorada, piorada ou abolida. Esta percepção do amor como uma crença emocional permite a quem ama uma liberdade para perceber e se relacionar com o amor de uma maneira própria, o que possibilita aperfeiçoar as convicções amorosas sem a preocupação de atingir a perfeição em tais convicções, mas com o objetivo de melhorar a qualidade das relações amorosas.

Erick From (1994) conceitua o amor não como uma relação com uma pessoa específica, mas como uma atitude, uma orientação de caráter, que determina a relação de alguém para com o mundo como um todo e não para com um "objeto" de amor.

 Schettini Filho (2000) afirma que nas relações interpessoais, a grande conquista é o amor pelo outro e não o amor do outro. Visto que buscar o amor do outro dá idéia de querer possuí-lo, dominá-lo. Já buscar o amor pelo outro, sem que deste outro seja cobrado nada, há um respeito à liberdade do outro. Ele afirma que dessa maneira a relação estabelecida entre quem ama e quem é amado é uma relação de afeto, onde quem ama tem sempre presente em si o ser amado, se entrega a este ser conscientemente e respeita a aceitação ou rejeição que tal entrega pode provocar. Ele ressalta que quem ama, mesmo com a constante presença em si do ser amado, continua a ter sua individualidade, o que faz agradar o outro sem desagradar a si próprio. Para tal autor o amor não pede refúgio na fantasia e negação dos defeitos de quem se ama. Ao contrário, o amor possibilita uma aceitação do outro, um estar disponível ao outro.

Cardella (1994), sobre esta disposição ao outro, diz que o amor é a polaridade oposta do egocentrismo e do sofrimento de natureza emocional. E cabe neste estado de disposição ao outro a imposição de limites entre si e o outro. A autora destaca que estar disponível ao outro e, ao mesmo tempo, impor limites na relação entre si e o outro, implica uma satisfação mútua, tal satisfação está diretamente ligada com as formas de manifestação de amor vivenciadas por quem ama e quem é amado.  

Luiggi Giussani (2004 e 2009) cunhou o termo Experiência Elementar, que significa o que está na base de todo comportamento humano. Através da experiencia elementar a pessoa reconhece suas exigências e as evidências de uma existência e de uma transcendência. É a Experiência Elementar que faz com que as pesoas emitam juízos pessoais e encontrem correspondência entre a realidade e seus anseios.
O amor seria uma das exigências humanas, que uma vez correspondida, faz-se buscar muito mais dessa satisfação. Também são exigências a beleza, a verdade, a liberdade e a justiça.


Referências:

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